Sexta-feira, 19 de abril de 2024



As preocupações com os prejuízos são generalizadas

Do governo do Estado, ao Poder Legislativo passando pelas redes de supermercado, açougues e pecuaristas os pontos de vista batem sempre na mesma direção. Sintetizando como disse o deputado Adelino Follador, “vamos levar tempo para recuperar a credibilidade, pode ser meses ou até anos”, acentuando que nos municípios às margens da BR-364, os prejuízos estão surgindo onde o preço da arroba do boi caiu em média R$ 6,00.

Gerentes das principais redes de supermercados, que pediram para não ser identificados, confirmaram que a tendência é de queda de preço em benefício do consumidor. Os responsáveis pelos frigoríficos em Rondônia, a maioria tem origem em outros Estados, se limitam a informar que há risco de prejuízos e quedas nas vendas e abates, reafirmando. “Não estou autorizado a dar informações procure a diretoria”. E fim de papo.

Concorrentes estão atentos a nossa crise para se beneficiar

A crise envolvendo a carne brasileira deixou concorrentes de peso como Argentina e Uruguai atentos ao mercado internacional, uma vez que estes países apresentam um produto de boa qualidade com flexibilidade de pagamentos. A diferença poderá estar nos centavos de dólares, pois quem adquire o produto em grande quantidade tem o poder de compra diante da oferta, isso também faz a diferença neste mercado globalizado.

CPI da carne ainda sem resposta

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa, cujo relatório final fora encaminhado aos órgãos competentes em meados de outubro de 2016, até agora somente o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para frustração do presidente da CPI, deputado Adelino Follador, se pronunciou informando “que não havia configuração de cartel, por isso não poderia abrir um processo investigativo”.

Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Rondônia, bancada federal de Rondônia no Congresso Nacional, Tribunal de Contas do Estado receberam o relatório com uma série de recomendações e apontando falhas nos sistemas organizados pelos frigoríficos que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) entende que merece uma investigação mais profunda. Porém, até agora ninguém se pronunciou.

O alvo principal dos levantamentos apresentados pelos parlamentares que compunham a CPI estava concentrado nas atividades do Frigorífico Friboi-JBS, beneficiário de incentivos fiscais no estado de Rondônia. Adelino Follador acredita que as investigações que são sigilosas estejam em andamento pelos órgãos competentes.

Boiada sai sem deixar tributos 

Adelino Follador ataca a Agência Idaron afirmando que essa instituição não fiscaliza a saída de boi gordo em pé que sai de Rondônia sem recolher ICMS, para ser abatido em outros Estados. Isso vem ocorrendo desde 2012, causando incontáveis prejuízos à Rondônia que deixa de recolher os tributos que acabam ficando, na maioria das vezes, com os pecuaristas de outros Estados.

Anselmo de Jesus, presidente da Agência Idaron, defende os fiscais que não cobram tributos dos pecuaristas que levam gado de Rondônia, eles estão amparados por meio de liminares da Justiça. Justifica: o pecuarista de outro Estado arrenda uma área aqui, engorda o boi, mas ele tem propriedade lá, no entendimento da Justiça pode levar a boiada sem pagar ICMS.


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