Terça-feira, 23 de abril de 2024



Correção de falha em linhão do Madeira vai custar R$ 60 milhões

A concessionária IE Madeira, dona de uma das linhas de transmissão das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, encontrou um terreno para fazer um novo sistema de ‘aterramento’ e proteção de sua malha de distribuição de energia, projeto que custará cerca de R$ 60 milhões.

Em outubro do ano passado, reportagem do Estado revelou que uma falha técnica na estrutura de apoio à linha de transmissão, o chamado “eletrodo de terra”, podia limitar boa parte da geração de energia das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio pelos próximos dois anos. O eletrodo original ficou pronto, mas sua estrutura foi erguida em cima de uma placa de granito, o que comprometia sua operação.

A nova área para construção da estrutura fica no município de Candeias do Jamari, em Rondônia, a 40 km de distância da base inicial da linha. Serão feitos 80 poços no local, com 64 metros de profundidade cada um, para receber as hastes de aterramento.

Por meio de nota, a concessionária IE Madeira confirmou as informações e declarou que o objetivo é concluir o novo eletrodo de terra até o fim deste ano.

A escolha do novo local, segundo a empresa, se deu “após realização de 63 sondagens profundas e sondagens rasas para verificar o solo de toda a região, em um raio de 60 km da subestação de energia Porto Velho”.

Segundo a empresa, pelo fato da região apresentar alta resistência de solo, “tornou-se necessária a implementação de eletrodos verticais profundos, com cerca de 67 metros”.

A empresa pediu as licenças prévias de instalação, concedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e autorização pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de declaração de utilidade pública à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) do local onde o projeto será feito.

A falha do eletrodo original só foi diagnosticada em setembro do ano passado  pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que à época determinou uma redução de até 1.600 megawatts do potencial total das usinas – o suficiente para atender cerca de 5 milhões de pessoas – sob risco de causar um blecaute nas regiões Sul e Sudeste do País.

O eletrodo de terra é um aterramento de dezenas de barras de aço que tem a função de manter o equilíbrio das linhas de transmissão das duas usinas do Rio Madeira, redes que carregam energia por 2,4 mil km de distância, de Porto Velho (RO) até Araraquara (SP).

Em testes, o ONS percebeu que o aterramento foi construído em cima de um grande bloco de granito, situação que compromete totalmente o funcionamento, porque eleva a intensidade de energia, em vez de reduzi-la. O resultado disso poderia ser a queima de transformadores, por exemplo.

Autor / Fonte: Estado de S. Paulo


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