Sexta-feira, 26 de abril de 2024



Desafios no rio durante cheia e seca

19,56 Metros foi a medição feita no Madeira, em 2014, quando o rio registrou a maior cheia histórica.

Em época de cheia, uma das maiores dificuldades encontradas pelos proprietários de balsas e outras embarcações que utilizaram o rio Madeira é a quantidade de madeira que desce pelo rio. O transporte também fica comprometido nos terminais portuários, como ocorreu com a empresa Cargill na cheia histórica de 2014, quando o nível do rio chegou a registrar 19,56 metros. Já no período da seca, os bancos de areia que surgem no leito do rio comprometem o escoamento de grãos e causam um grande perigo para as barcaças de soja.

Clythio Buggenhout, diz que o risco hidrológico é imprevisível. “A maior dificuldade de transportar alimentos pelos rios da Amazônia são os períodos de baixa e alta do nível do rio. É normal que entre os meses de setembro e outubro, por exemplo, os navegantes tenham que desviar de pedras e praias. E quando o rio começa a encher, a atenção é voltada para a quantidade de madeiras, lixos e entulhos de áreas mais distantes que são levados pela correnteza. O risco hidrológico também é imprevisível, e grandes cheias podem impedir o fluxo e até danificar terminais, como ocorreu em Porto Velho em 2014, que ficou dois meses inativos e um ano sendo recuperado”, disse.

Ele acrescentou ainda que grandes baixas podem interromper o fluxo por até dois meses, como ocorreu no segundo semestre do ano passado, ou no mínimo limitar carga das barcaças, que chegam a carregar um terço de sua capacidade para conseguir passar nos pontos críticos, prejudicando a eficiência econômica de toda a alternativa logística pelos rios do Norte.

Trechos críticos e navegação em risco 

No rio Madeira é possível identificar alguns pontos críticos entre os municípios de Porto Velho e distrito de Calama, nas travessias do Tamanduá, Papagaios, e Curicacas, entre Porto Velho e Humaitá. “Nesses trechos o nível do rio é um pouco mais de dois metros, o que coloca a navegação em risco e reduz as condições de navegabilidade. Por isso se faz necessário uma atenção redobrada nos períodos diurnos e noturnos”, disse.

 

Por Marcelo FreireDIÁRIO DA AMAZÔNIA

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