Sexta-feira, 26 de abril de 2024



Enchentes deixam estradas intransitáveis na Região Amazônica

O Norte do Brasil está sofrendo os efeitos do chamado inverno amazônico, o período de chuvas na região. Além das enchentes, é também quando as estradas de terra viram atoleiros. Inclusive a maior parte da Rodovia Transamazônica no Pará, onde os repórteres Fabiano Villela e Reginaldo Gonçalves percorreram 400 quilômetros.

Os 160 quilômetros de asfalto na Transamazônica, entre os municípios de Altamira e Anapu, no sudoeste do Pará, terminam a partir de um ponto onde começa o pesadelo dos motoristas na estrada de terra, principalmente agora em março. Estamos no auge do inverno amazônico, o período mais chuvoso do ano, o que ajuda a provocar muitos buracos e atoleiros.

Para seguir viagem, motoristas se aventuram para vencer a lama. Quem prefere não se arriscar, acaba ficando mais tempo na estrada. “Pressão, nervosismo, quatro dias parado. Não tem como”, afirmou o caminhoneiro Agnaldo da Silva.

No caminho da Transamazônica, a gente se depara com cenas como um ônibus abandonado. Pelo que se percebe, o motorista tentou enfrentar o atoleiro, mas não conseguiu passar.

Para os passageiros, sai caro buscar uma alternativa para seguir viagem. “Tive que pagar R$ 60 para fazer esse trajeto de sete quilômetros de mototaxi”, conta a comerciante Marilza Ídis.

Para atender as pessoas que estão há vários dias na Transamazônica, uma senhora montou uma espécie de restaurante em um caminhão. “Fiz almoço, janta e faço merenda, e água. O pessoal está sentindo muita falta”, diz.

Enquanto as máquinas trabalham para tentar melhorar as condições da pista, a Polícia Rodoviária Federal faz uma barreira para controlar a passagem dos veículos mais pesados. No fim do percurso, o mau tempo tornou a viagem mais arriscada.

“É muito ruim que eu não quero nunca mais vir para esse lugar aqui”, disse o caminhoneiro João Scabio.

Essa rodovia existe há mais de 40 anos e esse trecho nunca foi asfaltado. “Tanto dinheiro que tem este país..”, afirma Reginaldo Alves, motorista de ônibus.

“Isso aqui é uma vergonha, pouco caso, realmente um absurdo”, opina um motorista.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que pretende pavimentar 868 quilômetros da Transamazônica em oito municípios. Mas observou que questões relacionadas aos trechos que atravessam terras indígenas ainda dependem de negociações com a Funai.


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