Sexta-feira, 19 de abril de 2024



Governo não pode assumir dívidas e Banco do Brasil acena com financiamento do plano de demissões e indenizações na Caerd

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) chegou ao final de 2017 com praticamente toda a arrecadação comprometida com a folha de pagamento de servidores. Dos pouco mais de R$ 9,8 milhões arrecadados, cerca de R$ 7,8 era só para folha de pagamentos. A situação chegou a ficar insustentável e o governo decretou a liquidação da instituição. Agora o governador Daniel Pereira, que tomou posse do cargo na sexta-feira (6), se mobiliza para dar solução ao pagamento dos servidores atrasados desde dezembro.
‘‘A liquidação da Caerd é um processo que demora um tempo e nós temos uma necessidade urgente que é o pagamento dos servidores. São pais e mães de família que estão há meses sem receber salários e eu me coloco no lugar deles. Eu estive no sábado visitando eles e no domingo recebi uma comitiva’’. Em busca de trazer uma resposta a esta situação, na manhã desta segunda-feira (9) o governador esteve em reunião com o superintendente de Negócios Varejo e Governo de Rondônia do Banco do Brasil, Felipe Zanella, o coordenador comercial Fabrício Ferreira de Lima e o diretor administrativo e financeiro Luciano Walerio Lopes.

‘‘Devido a precária situação financeira da empresa não há essa possibilidade de emprestar o dinheiro para a Caerd fazer o pagamento da folha, mas o Banco do Brasil está disposto a financiar um plano de demissão voluntária e indenizações que os servidores terão que passar. É lamentável para uma empresa antiga como é a Caed, mas se eu tenho uma empresa pública que não está cumprindo sua missão de forma satisfatória, vamos passar isso para a iniciativa privada’’, avalia o governador.

Daniel ainda propôs a instituição bancária que participe de um esforço conjunto de melhorar a segurança pública com a doação de equipamentos para videomonitoramento e também tratou de recurso para a regularização fundiária. ‘‘Surgiu uma ideia nova aqui que os créditos que o BB libera para a agricultura familiar, principalmente, estará embutido também recursos para regularização fundiária’’, disse.

Diagnóstico

O governador também foi ainda na manhã de hoje até a diretoria da Caerd onde foi recebido pela presidente Iacira Azamor que apresentou um diagnóstico da situação econômica da instituição. O levantamento aponta como era a Caerd até 2013 e as medidas que foram adotadas para minimizar os impactos negativos. A presidente apontou que na época os sistemas operacionais estavam sucateados, a inadimplência com órgãos públicos era de cerca de R$ 30 milhões, uma folha de pagamento ‘‘inchada’’ e com 70% de perda no volume de produção por vazamentos, mas principalmente fraudes.

Em reação a essa situação foram realizadas medidas como adquiridos equipamentos GPR para detecção de fraudes; não foram mais renovados serviços com empresas terceirizadas, reeducandos foram utilizados para serviços de campo; apuração do alto custo da folha de pagamento; tomada de contas sobre valores não cobrados e prescritos de inadimplência de órgãos públicos.

Mesmo assim a arrecadação da Caerd caiu de cerca de R$ 131 milhões para pouco mais de R$ 114 milhões em 2017.


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