Sábado, 20 de abril de 2024



Lazinho da Fetagro denuncia crime de pistolagem em Rondônia

O parlamentar relatou ataques ocorridos no último fim de semana contra famílias de Movimentos Sem Terra (MST), acampadas na entrada do município de Cacaulândia…
Lazinho da Fetagro denuncia crime de pistolagem em Rondônia

 

Na sessão ordinária de terça-feira (5), na Assembleia Legislativa, o deputado Lazinho da Fetagro (PT) ressaltou sua preocupação em relação a prática do crime de pistolagem em Rondônia. Ele disse considerar um tema perigoso, mas que, no entanto, é uma discussão que precisa ser levantada para que medidas sejam tomadas urgentemente.

O parlamentar relatou ataques ocorridos no último fim de semana contra famílias de Movimentos Sem Terra (MST), acampadas na entrada do município de Cacaulândia. Pistoleiros que, segundo Lazinho, estariam fortemente armados teriam invadido o acampamento, disparado tiros e agredido homens e mulheres na presença de crianças e idosos.

Segundo o deputado, é inadmissível que em pleno século XXI, tal violência esteja acontecendo contra famílias que lutam pela Reforma Agrária e pela distribuição de terra no Estado. O parlamentar defendeu que o acampamento não teria sido levantado em terras particulares.

“Eles estavam na estrada, sem mexer com ninguém, apenas aguardando um posicionamento do Incra que ficou de indicar a área onde eles seriam instalados”, explicou Lazinho da Fetagro.

De acordo com o deputado, cerca de 100 famílias teriam sofrido os ataques durante dois dias. Muitas, disse o deputado, acabaram abandonando o acampamento e se alojando em um estádio em Ariquemes. Os pistoleiros, citou, teriam retornado ao acampamento e incendiado todas as instalações improvisadas.

“Eu recebi os boletins de ocorrências e algumas pessoas afirmaram que entre os meliantes havia homens com tornozeleiras eletrônicas utilizadas no monitoramento de presos”, disse o parlamentar.

Lazinho da Fetagro informou que o Estado vem tomando providências e que em reunião com a diretoria da Sesdec foi informado de prisões de suspeitos de crimes de pistolagem na região de Buritis. Destacou que apenas neste ano, 11 sem terras foram assassinados em Rondônia.

O parlamentar argumentou que a distribuição social de terras no Brasil é injusta desde o início de sua história. Frisou que em Rondônia não teria sido diferente, pois, segundo Lazinho, as terras não tinham valor. Para o deputado, o Governo Federal tem a responsabilidade de resolver os problemas fundiários existentes no País.

“É muito fácil humilhar e agredir uma família que passa fome e necessidade debaixo de uma lona, difícil é tomar atitudes que tirem esses brasileiros dessa situação”, declarou o deputado.

Lazinho disse, ainda, que essa situação piora ao tempo em que a crise no país aumenta. Ele defendeu o direito à propriedade, mas destacou que os sem terras precisam que lhes sejam dadas condições de produzir, pois são famílias que almejam trabalhar para sustento familiar.

“Sem terra trabalha, latifundiário não”, declarou o deputado que afirmou que os ataques teriam sido praticados por bando contratado a mando da fazenda Nova Vida.

O parlamentar disse não saber até quando as famílias irão suportar tanto sofrimento e que isso é culpa tanto do governo federal como do estadual.

“Vai morrer gente dos dois lados, até agora só morreu sem terra, mas antes que essa gente sofrida resolva reagir é preciso que o Estado e a União tomem uma atitude urgente”, concluiu o parlamentar.

 

Aparte

O deputado Adelino Follador (DEM), parabenizou a postura do colega parlamentar em levantar um tema considerado extremamente sério e disse que tal violência é muito preocupante. Follador salientou que espera que a Justiça apure e investigue os acontecimentos relatados.

Criticou que programas como o Terra Legal, até o momento, só criaram expectativas em quem aguarda por um pedaço de área para produzir. Ele frisou que é necessário mais segurança no campo, porém, que é preciso separar o joio do trigo.

“O benefício deve ser dado para aqueles que realmente desejem trabalhar na agricultura familiar, e o Terra Legal tem que parar de criar expectativas, que acaba por gerar essa violência”, disse Adelino Follador.

 

ALE/RO – DECOM – [Juliana Martins]

Foto: José Hilde


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