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Quinta-feira, 28 de março de 2024




População inicia limpeza das casas

Após dois meses de cheia, que deixou diversos pontos da Capital submersos e o Acre ilhado, o nível do rio Madeira finalmente começou a diminuir. Na manhã de ontem, segundo a medição realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA), o nível do rio chegou a 18,51 metros, 1,23 metros a menos do que o registrado em 30 de março, quando atingiu a marca histórica de 19,74 metros.

Com o nível da água em declínio, algumas das cerca de 30 mil pessoas que foram atingidas e estavam espalhadas entre abrigos, casas de parentes e amigos começaram a retornar para suas casas. Como é o caso do funcionário público aposentado, João Conrado, que mora na avenia Farquar no bairro São Sebastião. “Com a baixa do rio, boa parte da água já saiu de dentro da minha residência. Eu estou alojado na casa de uma amiga com a minha mulher, filho e sogra. Vamos aproveitar esse feriado para fazer uma limpeza pesada na casa e acredito que na semana que vem já posso voltar para casa”, diz.

A comerciante Maria do Carmo, vizinha do aposentado João, conta que não teve a mesma sorte, uma vez que a casa onde mora está localizada em uma região mais baixa. “Acredito que falta mais de 1 metro pra água sair por completo de dentro da minha casa, pelo menos já saiu da minha lanchonete. Passei dois dias limpando e lavando tudo para poder abrir e tirar um pouco do prejuízo”, relata Maria.
A estudante Marília Torres, que mora no bairro Nacional, destaca que tem seguido as orientações da Secretaria Municipal de Saúde. “Eles informaram que temos que lavar tudo que tem dentro da casa para evitar doenças. Reuni meus filhos e retiramos parte dos móveis para um mutirão e lavar tudo”, destacou Marília.

Ações nas ruas

Por meio da Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), a prefeitura de Porto Velho intensificou ações de limpeza nas ruas centrais da cidade que foram inundadas pela enchente do rio Madeira. Com o recuo da água, as avenidas Rio de Janeiro, Campos Sales, Tenreiro Aranha, Farquar e Alexandre Guimarães, dentre outras, ficam tomadas por lama, vários tipos de entulho e até peixes mortos.
De acordo com o secretário adjunto da Semusb, Itamar Ribeiro, depois de muitas horas de trabalho, foram retiradas dos locais quatro carradas de lama e entulhos diversos, entre eles, garrafas e sacolas plásticas. “Estamos raspando a rua para retirar toda a lama e o lixo arrastado pela enchente”, disse Itamar Ribeiro. Ele lamenta o fato de muitos moradores se aproveitarem da situação para agravar ainda mais as condições, jogando lixo retirado dos quintais nas vias públicas.

Dificuldade na retirada DA lama

Em média, segundo o secretário adjunto da Semusb, são retiradas de oito a dez carradas de lama e lixo por dia das áreas que ainda estão parcialmente inundadas. “Mesmo quando a situação estava mais grave, no auge da cheia do rio Madeira, nunca deixamos de fazer a limpeza nesses locais”, afirma. O mais difícil, segundo Itamar Ribeiro, é retirar a lama, pois é necessário fazer trabalho manual com auxílio de enxadas.
Ele também informa que trabalho semelhante foi realizado no trecho inundado da rua Tenreiro Aranha, bairro Areal. No entanto, como o nível do rio não baixou totalmente, há necessidade das equipes retornarem às regiões com certa frequência para continuar o trabalho, até que tudo seja normalizado.

Praça

Ele ainda explica, que uma equipe fixa atua de forma permanente na Praça da Madeira-Mamoré, para retirar o lixo que acumula no local, principalmente os peixes mortos.

Laila Moraes – Repórter do Diário da Amazônia Foto: Jota Gomes


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