Quinta-feira, 21 de março de 2024



Porto volta a importar fertilizantes

Após dois anos sem movimentar fertilizantes, o Porto Organizado de Porto Velho, através da operadora portuária Hermasa, retomou as operações de importação do produto que vai abastecer as lavouras de soja e milho do sul de Rondônia e noroeste do Mato Grosso. A estimativa é movimentar até dezembro cerca de 100 mil toneladas do insumo – superfosfato simples e cloreto de potássio. O produto, importado de Israel, será desembarcado em Itacoatiara, Amazonas, de onde segue de balsa até o porto público da Capital de Rondônia.

Conforme dados da Associação Nacional Para Difusão de Adubos (Anda), o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo é o Brasil que importa, pelo menos, 70% do fertilizante usado no País. Desse total, a metade entra pelo porto de Paranaguá, localizado no Paraná, que enfrenta o histórico caos de escoamento de cargas. Exemplo disso é que um navio pode demorar até 40 dias para atracar no porto.
A demora para atracar atrasa a entrega dos insumos para a cadeia produtiva, resultando em um gargalo logístico que se converte em custo. Como no efeito dominó, quem acaba pagando esta conta é o produtor rural.

Para Estados situados longe dos grandes centros, como Rondônia, a conta é maior ainda. Para se ter uma ideia, o preço do frete do adubo de Paranaguá até Vilhena, onde estão localizadas as maiores plantações de grãos do Estado, chega a custar, em média, R$ 320.

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Mudança de rota diminui valor do frete

A boa nova é que com a mudança de rota do fertilizante, que agora vai chegar pela Hidrovia do Madeira até o porto público estadual, o frete de Porto Velho até o Cone Sul de Rondônia, por exemplo, deve diminuir para, aproximadamente, R$ 50. Melhoria que será possível por dois motivos: a distância encurtou e o frete é de retorno, isso significa que o mesmo caminhão que leva os grãos até o Porto Organizado de Porto Velho, retorna às áreas produtoras com fertilizantes.

O diretor-presidente da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), o engenheiro agrônomo Ribamar Oliveira, destacou que a perspectiva para 2015 é triplicar estas importações. “A previsão para o próximo ano é movimentar, pelo menos, 300 mil toneladas para que possamos atender de forma mais abrangente o setor produtivo de Rondônia e Mato Grosso”, disse.

220 mil hectares de grãos no Estado

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Evandro Padovani, a área cultivada com grãos em Rondônia corresponde a 220 mil hectares e a perspectiva é que ela se expanda em 30% na próxima safra. Segundo Padovani, “a demanda de fertilizante para atender o elo produtivo é de, aproximadamente 150 toneladas”.

Isso significa que a próxima safra ainda vai depender, em parte, do fertilizante que chega ao País pelos portos do Sul e Sudeste brasileiro. Mas, em 2015, as lavouras de Rondônia terão suas necessidades plenamente atendidas. Ainda mais agora com a ativação da usina de calcário em Pimenta Bueno, que tem capacidade produtiva de 400 mil toneladas por ano.

Porto de Paranaguá bate recordes

O Porto de Paranaguá, o segundo mais importante do País na exportação de grãos, enfrenta o colapso na infraestrutura de importação e exportação. Cinco dos nove terminais existentes no porto atingiram sua capacidade máxima de movimentação entre 2011 e 2012. Em 2011 o porto movimentou 7,78 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo o limite de 6,54 milhões, informa a Administradora do Porto de Paranaguá e Antonina (Appa). Os números integram o diagnóstico que acompanha o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO), elaborado em 2012, quando o porto atingiu a marca de 44 milhões de toneladas de carga movimentada.

Em maio, a Appa registrou a maior movimentação de fertilizantes em um único dia no cais comercial do Porto de Paranaguá. Foram 34 mil toneladas de produtos desembarcados em 24 horas, a melhor marca registrada nos últimos anos.


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