Sexta-feira, 19 de abril de 2024



Projeto do deputado Airton cria a semana estadual de prevenção ao suicídio

Número crescente de casos no Estado foi determinante para a proposta do Projeto de Lei…
Projeto do deputado Airton cria uma semana estadual de prevenção ao suicídio

O deputado Airton Gurgacz (PDT) apresentou e teve aprovado na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei que Institui a Semana Estadual de Prevenção ao Suicídio no Estado de Rondônia, a ser realizada anualmente no dia 10 de setembro, data do dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Na mesma sessão, também foi aprovado projeto do Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio que tem por objetivo identificar possíveis sintomas, tratar o transtorno mental ou psicológico e prover o acompanhamento de indivíduos que apresentem o perfil, minimizando a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.

A instituição da Semana e do Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio têm por objetivo conscientizar a população através de procedimentos informativos e educativos, a fim de que a sociedade venha conhecer, identificar e prevenir situações que induzem ao suicídio. Os dois projetos seguem para sanção do governador do Estado.

Para o deputado Airton, o suicídio é um ato complexo cuja causa mais comum é um transtorno mental ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas e ainda dificuldades financeiras, desequilíbrio espiritual e emocional que desempenham um fator significativo para evolução do quadro, que pode vir a culminar com o indivíduo desejar e retirar a própria vida.

 

Plano Estadual

Com a aprovação do Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio fica facultado à Secretaria Estadual de Saúde o desenvolvimento de campanhas em parceria com as secretarias municipais de Saúde, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil, organismos governamentais e não governamentais, através da promoção de palestras na semana que compreenda o dia 10 de setembro.

Também poderão ser confeccionados cartazes para exposição citando eventuais sintomas, alertando para possível diagnóstico e aumentando o acesso público às informações sobre todos os aspectos da prevenção de comportamento suicida.

Outras ações que devem ser tomadas é a idealização de canais de atendimento aos diagnosticados, ou àqueles que se encontram com possível sintoma de intenção de suicídio; direcionamento de atividades para o público alvo do programa, principalmente os mais vulneráveis, promovendo a conscientização com relação a questões de bem estar mental, comportamentos suicidas, as consequências de estresse e gestão efetiva de crise.

Poderá o governo do Estado com os projetos, criar um sistema de coleta de dados integrado a Secretaria Estadual de Saúde, a fim de identificar e monitorar possíveis casos para avaliação e cuidado promovendo a interdisciplinaridade entre os profissionais que irão atuar no segmento.

 

Dados alarmantes

Relatório da Organização Mundial de Saúde, a (OMS) aponta que 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos no mundo – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com a agência das Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média.

No Brasil o elevado número de suicídios é alarmante e o coloca entre os dez países com as taxas mais elevadas da morte. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos), seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coréia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).

 

Crescimento de 108,3%

O último Mapa da Violência divulgado em 2014 apontou um crescimento de 82,2% no número de suicídios em dez anos (entre 2002/2012) no Estado de Rondônia. Esses números podem ser maiores se levados em consideração os casos não registrados ou atribuído a outro fator, como por exemplo, um acidente de trânsito, quando o cidadão provoca o fato com o único objetivo de tirar a própria vida e, neste caso, é registrado como acidente de trânsito.

Verificou-se neste estudo que os jovens da Região Norte do País são os que apresentam maiores taxas de vitimização. Na cidade de Porto Velho no mesmo período de dez anos (entre 2002/2012) apontou o crescimento de 108,3%.

 

Dever do Estado

Assim como a compreensão do suicídio é complexa, sua prevenção também. O Estado tem papel relevante para o tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitem.

“Sendo o suicídio um problema de saúde pública, sua prevenção pode ser possível desde que se propicie o desenvolvimento de políticas públicas e a capacitação no manejo do comportamento suicida que, por sua vez, envolva diversos profissionais, como psicólogos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, professores, jornalistas, advogados, policiais civis e militares, líderes religiosos e de comunidades, entidades governamentais e não governamentais, entre outras”, apontou o deputado Airton.

 

ALE/RO – DECOM – Assessoria

Foto: José Hilde


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