today-is-a-good-day





Sexta-feira, 29 de março de 2024




Reconstrução pós-cheia é estimada em R$ 5 bilhões

Para garantir recursos à fase de reconstrução no período de pós-enchente do rio Madeira, os governos dos Estados de Rondônia e Acre concordaram que precisarão se unir. A conclusão ocorreu ontem, durante reunião, na sede do Sipam, em Porto Velho, com representantes de órgãos envolvidos no enfrentamento da maior cheia da bacia do Madeira, que desabrigou 7.754 famílias, das quais 5.584 são de Rondônia. Participaram o vice-governador, Airton Gurgacz, representando o governador Confúcio Moura; e o vice-governador do Acre, Carlos Cesar Correia, representando o governador Tião Viana.

Durante o encontro, a coordenadora de Operações do Sistema de Prevenção da Amazônia, Ana Cristina Strava, disse que estatisticamente a possibilidade de ocorrer outro desastre semelhante na região é só em 220 anos. Ela sugeriu que sejam feitas ações conjuntas com a Bolívia para aperfeiçoar a prevenção de desastres.

Na ocasião, o vice-governador Airton Gugacz lembrou que a iniciativa foi do governador do Departamento de Beni, Maurício Paz Barbery que, entretanto, não conseguiu liberação para viajar e nem mandou representante. Gurgacz afirmou que foi conhecer as regiões afetadas e estimou em R$ 5 bilhões o volume de recursos necessários para a reconstrução no período pós-enchente. Ele ainda pediu a união de esforços entre os Estados de Rondônia e Acre para esta empreitada.

Na explanação sobre o monitoramento de dados que municiam a Defesa Civil Estadual, Ana Cristina Strava mostrou as características dos rios Beni e Madre de Diós, ambos na Bolívia, que desaguam no rio Madeira. E apresentou gráficos apontando que as chuvas que caíram na região dos rios bolivianos foram o que mais contribuiu para a inundação, e que os dados descartam a tese do degelo épico nos Andes. “O épico foram as chuvas que caíram”, complementou.

O subcomandante do Corpo de Bombeiros de Rondônia, coronel Silvio Luiz Rodrigues, também apresentou um panorama das ações da Defesa Civil Estadual, apontando os danos causados pela inundação nos distritos localizados na região do baixo Madeira e ao longo da BR-364, evidenciando que não havia informações suficientes para indicar a extensão dos problemas. A mobilização dos órgãos parceiros, segundo ele, foi decisiva para atenuar o impacto do desastre a ponto de evitar a ocorrência de mortes diretamente relacionadas ao evento.
Luiz Rodrigues destacou o trabalho para manter o tráfego na BR-364, ainda que restrito, e advertiu que na fase de reconstrução a rodovia precisará ser interditada parcialmente.

BARRANCOS

O coordenador da Defesa Civil do município, coronel José Pimentel, mostrou os números de famílias desabrigadas e do socorro prestado, além de defender com vigor a construção de contenção de barrancos para conter a destruição em distritos localizados nas margens do rio Madeira. Já o coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel Antônio Carlos Marques, afirmou que 1.160 famílias ficaram desabrigadas com a enchente naquele Estado, mas que o maior prejuízo é o isolamento por via terrestre, com as dificuldades impostas ao tráfego de caminhões com suprimentos através da BR-364. Ele citou ainda que o trabalho de resposta ao desastre realizado pelos acreanos em Rondônia teve a concordância do governo de Rondônia. Ao final da explanação repetiu a frase que resume, em sua equipe, a determinação para manter o abastecimento no Estado através da BR-364: “Nem que morra!”

Em um breve pronunciamento, o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, defendeu a construção de um muro de contenção para evitar o desbarracamento nas margens do rio Madeira. Também foi breve a manifestação do vice-governador do Acre, Carlos Cesar Correia, que fez agradecimentos aos órgãos empenhados no enfrentamento dos problemas decorrentes da enchente, além de reforçar que as ações futuras, incluindo a reconstrução, terão maior sucesso se forem feitas em parceria entre os Estados. (AI)


spot_img


Pular para a barra de ferramentas