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Quinta-feira, 28 de março de 2024




Traficantes presos entre Brasil e Bolívia ostentavam com veículos de luxo e viagens ao Lollapalooza, diz PF

Os nove traficantes presos nesta quinta-feira (15), durante a operação “Superbia”, gostavam de ostentar e postar fotos nas redes sociais das viagens internacionais feitas ao Lollapalooza e os carros de luxo comprados com o dinheiro do tráfico. A ação da Polícia Federal (PF) foi feita em Guajará-Mirim (RO), na fronteira entre Brasil e Bolívia. Três grupos, que chegavam a movimentar R$ 100 mil por mês, foram desarticulados pela PF.

Os veículos de luxo dos traficantes chegavam a custar R$ 140 mil, além de outros bens com valor expressivo. Segundo a PF, mesmo sem trabalhar, os traficantes faziam ostentações nas redes sociais com viagens no exterior e também para eventos como a “Lollapalloza”, que é um festival internacional de música e neste mês de março será realizado no Brasil.

Em uma coletiva de imprensa na delegacia da PF em Guajará, os delegados Heliel Martins e Mateus Arcas contaram detalhes das investigações e como agiam as organizações criminosas. A investigação durou oito meses.

De acordo com o delegado Martins, um dos investigados atuava como um financiador master, que empestava uma quantia expressiva para ser aplicado no tráfico e posteriormente o recebia com juros, lucrando com as atividades ilícitas.

Outro detalhe apurado foi o aluguel de contas bancárias para a movimentação financeira do dinheiro levantado com a comercialização das drogas.

A Justiça Estadual expediu 22 mandados, sendo que 11 são de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão. Os mandados também foram cumpridos em Porto Velho e em Ouro Preto do Oeste (RO), porém a base dos grupos funcionava em Guajará.

Dos 11 mandados de prisão, nove foram cumpridos e dois investigados estão foragidos (um homem e uma mulher). Todos os 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Seis veículos de luxo foram apreendidos, munições e objetos eletrônicos.

“O dinheiro movimentado era convertido em drogas. Conseguimos identificar três grupos que agiam na região. Este financiador máster ostentava bastante e não trabalhava, por isso foi um alvo das investigações. A droga era enviada para outras cidades do estado e regiões do país em fundos falsos de malas e escondida em veículos, ou na lataria ou em estepes”, declarou Arcas.

Movimentação financeira

Os traficantes chegavam a movimentar até R$ 100 mil por mês em contas bancárias próprias ou de “laranjas”, mas não tinham emprego fixo ou não exerciam nenhuma atividade para comprovar a renda. Além do enriquecimento ilícito, os suspeitos costumavam ostentar os bens nas redes sociais, por isso o nome da operação foi denominado superbia, que em latim significa soberba.

Tráfico doméstico

Durante a coletiva, os delegados Martins e Arcas explicaram o termo “tráfico doméstico”, citado na divulgação da operação. Segundo eles, este é um termo técnico para determinar que o tráfico é internalizado na região e não há conexões internacionais, nem no recebimento e nem na distribuição dos entorpecentes, dai a origem do nome “doméstico”.

“É um termo técnico que diferencia o tráfico internacional do tráfico local, geralmente usado em julgados. O tráfico que não acontece entre país é chamado de doméstico. No Brasil podemos dizer que 99% do tráfico é doméstico e 1% internacional”, disse Martins.

Prisões

Os suspeitos prestaram depoimento na delegacia da PF em Guajará e foram encaminhados para o presídio masculino e feminino, respectivamente. Os investigados responderão por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Por Júnior Freitas, G1 RO


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