Terça-feira, 23 de abril de 2024



Vereadores de Pimenta Bueno começam receber R$ 900 de auxílio-alimentação

Os 10 vereadores eleitos de Pimenta Bueno (RO), a 520 quilômetros de Porto Velho, passaram a receber auxílio-alimentação no valor de R$ 900. A mudança na lei que dispõe sobre o auxílio-alimentação aos servidores da Câmara foi votada e aprovada pelos próprios parlamentares na sessão extraordinária, realizada no dia 9 de março.

Revoltados com a aprovação, populares foram até a Câmara de Vereadores, na noite de segunda-feira (19) e, durante a sessão, em sinal de protesto, levaram alimentos para doarem aos políticos. Os vereadores de Pimenta Bueno recebem R$ 6 mil de salário mensal.

Durante a sessão ordinária realizada na Câmara, alguns moradores se reuniram, utilizando nariz de palhaço e expondo cartazes, para cantar o hino nacional em sinal de protesto.

O funcionário público Sidnei Correia, de 45 anos, era um dos manifestantes na Câmara. Ele levou um pacote de sal, para que fosse doado aos vereadores. Usando um nariz de palhaço, disse que estava participando da manifestação, pois não acha justo pagar impostos para alimentar vereadores.

“Vim com esse nariz de palhaço para manifestar minha indignação. Os vereadores recebem salário de R$ 6 mil e vão receber auxílio-alimentação de R$ 900. Esse dinheiro poderia ser aplicado em melhorias para o município, como nas escolas e reforma do hospital. Não é justo a comunidade pagar impostos, para se transformar em alimentação para vereador”, acredita o manifestante.

De acordo com o presidente da Câmara, vereador Paulo Adailde (PMDB). A lei municipal que oferece benefícios para funcionários da Câmara foi criada em 2012, onde todos os 24 servidores vêm recebendo o auxílio-alimentação.

“O que foi votado e aprovado foi uma modificação na lei, onde os vereadores também passarão a receber esse auxílio. Vale destacar que apesar de ter sido aprovada, o vereador só recebe se quiser. No meu caso, abri mão tanto do pagamento salarial, como do auxílio, mas isso cabe a cada um”, explicou Adailde.

Paulo explica ainda, que no caso de modificação na lei, cabe a prefeitura somente sancionar e publicar a alteração. “Isso foi uma iniciativa de todos os vereadores, mesmo uns concordando ou não, a maioria se sobrepõe. No dia da votação eu não estive presente, porém fiquei sabendo que somente um dos parlamentares foi contra a extensão do benefício aos vereadores”, afirmou Paulo.

Segundo ele, o salário mensal dos vereadores é de R$ 6 mil, desde 2013. O auxílio-alimentação será pago aos vereadores, da mesma forma que é repassado aos funcionários da Câmara, por meio de um cartão magnético. O valor de R$ 900 é o mesmo para todos os servidores e vereadores.

Manifestação

Paulo explica que a sessão deveria ter ocorrido na manhã de segunda-feira, porém como o plenário está cedido para o ‘Terra Legal’, foi transferida para as 19 horas do mesmo dia.

“A sessão levou em média 27 minutos, foi presidida por mim. Votamos um projeto e em seguida todos os vereadores foram embora. Os manifestantes estavam alterados, alguns nos xingaram, utilizaram apitos e microfones, falando alto no recinto. Se os vereadores tivessem continuado lá, teriam sido desacatados”, acredita Paulo.

Os manifestantes prometeram voltar na próxima sessão que deve acontecer na segunda-feira (26).

Por Magda Oliveira, G1


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