Quarta-feira, 24 de abril de 2024



Alta nos alertas de desmatamento em Rondônia chega a 55% em dezembro de 2020, aponta Imazon

Rondônia acumulou alta de 55% nos alertas de desmatamento em dezembro de 2020 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados nesta segunda-feira (18) revelam que foram 45 km² de perda de floresta, enquanto que em 2019 houve 29 km² com sinais de desmate.

No boletim mensal, a capital Porto Velho aparece como a segunda cidade mais crítica por causa da supressão florestal.

A perda de floresta em dezembro foi 10% maior do que no mesmo mês de 2019 na Amazônia Legal, segundo o Imazon (são 276 km² ao todo).

No levantamento anual do instituto, porém, a floresta teve pouco mais de 8 mil km² de área verde suprimida no ano passado, o que configura aumento de 30% em comparação com 2019 (foram 6,2 km² derrubados) e representa recorde dos últimos 10 anos.

Reflexo em dezembro

 

O Imazon mostra que Rondônia aparece em terceiro lugar no ranking (com 16% do total) das regiões com mais alertas de perda de floresta, ficando atrás somente de Pará (46%) e Mato Grosso (19%).

O instituto também cita que a capital Porto Velho é a segunda cidade com maior número de alertas entre os municípios mais críticos: 15 km² de floresta foram destruídos em dezembro de 2020. Antes do município vem somente Pacajá (PA), com 16 km² de área verde perdida.

No recorte das unidades de conservação, as reservas rondonienses Rio-Preto Jacundá e Jaci Paraná aparecem em segundo e terceiro lugar do ranking de dezembro com 8 e 1 km² perdidos, respectivamente.

Rio Preto-Jacundá, inclusive, aparece no levantamento do ano como a unidade mais castigada pelo desmatamento em 2020: foram 321 km² de floresta derrubada.

Áreas da reserva rondoniense Rio Preto-Jacundá — Foto: Sedam/Reprodução

Áreas da reserva rondoniense Rio Preto-Jacundá — Foto: Sedam/Reprodução

Como o Imazon mede o desmatamento

 

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon foi criado em 2008. Ele se baseia em imagens de satélites para captar a mudança do uso do solo. Com isso, afirma o Imazon, é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare, mesmo sob condição de nuvens.

O sistema de alertas do governo, chamado de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), usa imagens de satélite de 6 hectares.

As imagens são captadas e analisadas pela ferramenta de monitoramento do instituto. O Imazon afirma que, atualmente, o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.

Por Mayara Subtil, Rede Amazônica


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