Sexta-feira, 17 de maio de 2024



Combate à dengue será intensificado

lixoA cheia recorde que assola boa parte de Rondônia cria ambiente propício para a incidência de um grande número de doenças, alerta o pesquisador do Cemetron (Centro de Medicina Tropical de Rondônia), Mauro Tada. Neste período em que o rio está cheio, as cobras, aranhas e escorpiões são uma grande ameaça, porque eles procuram se abrigar dentro das casas. Jacarés, abundantes na região e muito perigosos, já foram encontrados nas ruas de Porto Velho.  A contaminação de poços amazônicos e tubulares, fonte de abastecimento de boa parte da população, na área rural e também nas cidades, pode provocar hepatite A, diarreias e até mesmo uma epidemia de cólera, doença que não incide no Estado há décadas. Já o contato com a água contaminada causa doenças de pele e leptospirose. O lixo transportado pelo rio é outro perigo, porque propicia a proliferação de insetos, baratas, ratos e outros animais. Um aspecto bem preocupante, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Williams Pimentel, é a formação de grandes bolsões de água, formando criadouros para a dengue e a malária, duas doenças que mesmo sem os agravantes da cheia incidem na região.

Monitoramento constante nas áreas propícias às doenças

De olho nas consequências das alagações, o Comitê de Vigilância Epidemiológica do Estado está trabalhando junto à Defesa Civil para monitorar as áreas mais propícias ao surgimento de doenças e epidemias. Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) adquiriu a medicação necessária para atender as doenças esperadas durante e depois das alagações, informa Williams Pimentel. Também foram adquiridos três equipamentos de grande porte para aplicação de inseticida nas regiões de maior incidência de malária e dengue. Os agentes de Defesa Civil estão distribuindo hipoclorito de sódio e orientando para a desinfecção de água. Unidade de referência para o tratamento de epidemias tropicais, o Cemetron está equipado para receber os pacientes, afirma ele.

Em Porto Velho, onde está a maior parte dos desabrigados e desalojados pela cheia do Madeira, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) está intensificando os trabalhos de combate à dengue nos bairros mais afetados pelas alagações – Nacional, São Sebastião, Balsa, Panair, Triângulo, Areal e Mocambo. De acordo com o secretário, Domingos Sávio, as enchentes sem precedentes que assolam a região é um forte agravante para a ocorrência da dengue e da malária. “Na subida das águas, o perigo é a dengue, e na descida, a malária”, afirma ele. O trabalho de eliminação de criadouros de insetos e aplicação intensificada de inseticida (fumacê) contra os vetores das duas doenças também será incrementado nos 13 distritos do município. Em São Carlos, onde está instalada uma das bases da Semusa, os trabalhos estão sendo realizados em cima de uma balsa, porque o posto de saúde foi atingido pela água.

Atenção redobrada 

Uma preocupação à parte é o atendimento das famílias que perderam suas casas e estão alojadas em escolas, igrejas e ginásios. A Semusa está monitorando a situação dos moradores dos alojamentos públicos com equipes multidisciplinares, que estão orientados para levar os pacientes para a Policlínica Ana Adelaide e os postos de saúde São Sebastião, Pedacinho de Chão e Ronaldo Aragão. A  Associação Tiradentes dos Policiais Militares e Bombeiros Militares do Estado de Rondônia (Astir) cedeu parte da estrutura do hospital da associação com o apoio médico nos fins de semana.

 

REPÓRTER: Ana Aranda – FOTO: Jota Gomes/Diário da Amazônia
Email: [email protected]

(Reprodução autorizada mediante citação do Diário da Amazônia)


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