Sexta-feira, 03 de maio de 2024



Combustíveis e energia elétrica pressionam o orçamento dos rondoniense

A alta nos preços do petróleo no mercado internacional levou a Petrobras a praticar o 9º aumento do ano no valor do litro da gasolina vendida para as refinarias na quarta-feira passada (11).

Na bomba, o combustível já acumula alta de 28,21% no país, e especialistas avaliam que o preço deve continuar subindo nos próximos meses.

“O preço dos combustíveis tem sido um dos principais elementos que levaram à queda na renda das famílias. Se aumenta o preço do diesel, por exemplo, há aumento no custo de transporte das mercadorias que vêm de outros estados para Rondônia. Para ter uma ideia, o preço do diesel já subiu 23,81% só neste ano. Se compararmos com o mesmo período do ano passado, o aumento já é de 39,18%”, disse o professor de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Jonas Cardoso.

Ninguém escapa dos reajustes, dizem os especialistas. “Se aumenta o preço da gasolina, o impacto será sentido por aquelas famílias que tem carro para fazer seus deslocamentos ou utilizá-los para o trabalho. O preço da gasolina aumentou 21,51% este ano. Comparando com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 44,12%”, falou Cardoso.

Os donos de postos de combustíveis se defendem, dizendo que apenas repassam os reajustes praticados pela Petrobras e que operam com margem de lucro mínima. Além disso, destacam que os combustíveis tiveram elevação de 51% nos preços em oito meses do ano.

“Somos obrigados a repassar os aumentos. Pra completar, o preço do álcool anidro, que é misturado com a gasolina, está alto. Sobe 4 ou 5 centavos por semana. Há uma entressafra de cana de açúcar no Rio Grande do Sul, além do preço alto do açúcar, onde os produtores preferem fazer o produto do que álcool”, afirmou o secretário-executivo do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis (Sindpostos), Eduardo Valente.

O representante do Sindpostos ainda repassou ao Rondoniaovivo que Rondônia tem o 7º ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) mais barato do Brasil nos combustíveis.

Energia elétrica

No final de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reajustou a tarifa da bandeira vermelha nível 2, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 por kWh (quilowatt-hora) entre julho e dezembro deste ano.

A decisão do colegiado contrariou a recomendação da área técnica, que indicou o valor de R$ 11,50 por kWh, única forma de garantir equilíbrio entre receitas e o custo de geração da energia, que explodiu devido ao acionamento das termelétricas – muito mais caras.

“A situação hídrica no Brasil preocupa e pressiona os preços da energia elétrica. Se os reservatórios não melhorarem seus níveis, teremos novos aumentos na conta. É um processo em cadeia, já que as termelétricas são movidas a óleo diesel, o que pressiona o valor dos combustíveis. A energia elétrica tem um peso significativo no bolso do consumidor, mesmo muitas famílias pagando tarifa social, que dá um desconto de 10 a 65% do consumo”, destacou Otacílio Moreira, professor de Economia da UNIR.

No final de junho, a ANEEL reajustou a tarifa da bandeira vermelha nível 2, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 por kWh (quilowatt-hora) até dezembro deste ano

Em contato com o Rondoniaovivo, a concessionária de energia elétrica em Rondônia apontou que “a Energisa está sensível ao momento econômico e vem tomando medidas para apoiar o cliente. Desde o início da concessão, a empresa triplicou o número de clientes cadastrados na tarifa social de energia elétrica. Além disso, em julho, lançou uma campanha para desconto de juros e multas em contas atrasadas e oferece parcelamento pelo cartão de crédito por meio de seus canais digitais”.

A nota também divulga que “a tarifa de energia em Rondônia é a segunda mais barata da região Norte e está entre a quinta menor entre 53 concessionárias acompanhadas pela Aneel (https://www.aneel.gov.br/relatorio-ranking-tarifas)”.

Felipe Corona/Rondoniaovivo


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