Quinta-feira, 18 de abril de 2024



Pequenos negócios são responsáveis por 70% das novas vagas de trabalho em 2021

O empreendedor é aquele que reúne a capacidade de produção, de gestão e de assumir o risco de um novo negócio. Pode ser aquele que faz bolos sob encomenda, que tem uma pequena loja de roupas ou está à frente de uma startup. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), hoje são mais de 20 milhões de empreendedores no Brasil, o que representa 99% das empresas no país.

Esse é o caso da Saving, agência de marketing 360°, que cresceu a despeito da pandemia da Covid-19 e espera fechar o ano com alta de 50% no seu faturamento em relação ao último ano. De acordo com Caio Velloso, CEO da Saving, que conta com 20 colaboradores, o cenário de retomada em 2022 e as tendências de crescimento do mercado digital abrem novas perspectivas para o crescimento da agência no mercado de comunicação empresarial. Nesse momento, a empresa já avaliada em R$ 10 milhões está num processo de M&A, captando investimentos no mercado com o intuito de expandir ainda mais as operações.

“A pandemia mudou não só a forma de consumo, mas também a forma de trabalho, acelerou a digitalização de empresas, além de transformar a maneira como os eventos acontecem. Tudo isso abriu mais espaço para a inovação das marcas, acesso a talentos além das fronteiras geográficas e, claro, o ambiente digital se tornou um território ainda mais acessado por todos. Diante disso, a comunicação digital ganhou um lugar ainda mais estratégico nas empresas, sejam elas de pequeno ou grande porte, e nós estamos surfando nessa onda”, afirmou Velloso.

Os pequenos negócios são responsáveis por mais de 70% das novas vagas de trabalho criadas em 2021 e por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Não à toa, a taxa de empreendedorismo potencial, aquela formada por cidadãos que não têm um negócio, mas estão dispostos a abrir uma empresa em até três anos, registrou alta de 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020, em plena pandemia de coronavírus.

Com isso, o número de novos empreendimentos abertos já é o maior desde 2018. Nesse período, o crescimento foi de 30%. Somente este ano, 3,8 milhões de empresas com esse perfil surgiram, segundo dados do governo federal. É com essa força do empreendedorismo que o país conta para uma recuperação econômica em 2022. No entanto, o desafio é grande. Pois o segmento tem suas fragilidades. É o primeiro a sofrer o impacto negativo da alta da inflação, das taxas de juros e dos preços dos combustíveis e da energia.

“Sabendo dos desafios de se empreender no Brasil e de criar raízes no mercado corporativo, disputando com grandes agências, nosso foco é criar conteúdos que atinjam o centro emocional das pessoas e investir na experiência do nosso cliente. E hoje, isso significa muito mais do que simplesmente cumprir um briefing. Criamos, coordenamos e executamos projetos de conteúdo criativo, gestão reputacional, monitoramento de marcas, construção de assets para os desafios de cada negócio”, completou Caio Velloso, 33, fundador e CEO da Saving.

De cada 10 empresas abertas no Brasil, metade fecha as portas antes mesmo de completar cinco anos. Então, é preciso suporte do governo federal e do Legislativo para o setor sobreviver. Há três pontos a serem seguidos para a retomada da economia pelas pequenas e micro empresas. São eles: a desburocratização, a desoneração tributária e o crédito de fomento.

Esse mês, no dia 14 de dezembro, foi celebrado 15 anos do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. A lei foi importante ferramenta de estímulo ao setor. Permitiu a criação do Simples Nacional, sistema de tributação que desburocratiza e reduz a carga tributária, e do Microempreendedor Individual (MEI), considerado o maior programa de formalização e inclusão previdenciária do mundo.

O segmento termina o ano com certo alívio depois da aprovação da Lei Complementar 46/21, que institui o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (RELP), pela Câmara dos Deputados. Agora, a expectativa é que esse fôlego financeiro ajude as empresas a resistir à crise. (A.I.)


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