Sexta-feira, 03 de maio de 2024



Projeto visa criar zona de desenvolvimento sustentável entre Rondônia, Acre e Amazonas

A Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) apresentou um projeto para a criação da Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS) Abunã-Madeira, entre os estados de Rondônia, Acre e Amazonas, contemplando polos de inovação relacionados à sustentabilidade.

Em entrevista ao programa Campo & Lavoura, transmitido pela RedeTV! Rondônia neste sábado (20) às 7h, Louise Caroline Campos Löw, superintendente da Sudam, explicou a amplitude do projeto. “A ideia de uma zona de desenvolvimento sustentável surgiu da percepção de que a proteção da natureza e o desenvolvimento socioeconômico não são antagônicos nem excludentes. Ao contrário, caminham juntos”, disse.

Um ponto destacado pela superintendente é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ser extremamente baixo na região em que se intenciona a criação da ZDS. “Temos problemas de flagelo social, recorte territorial e também uma pressão sobre a floresta amazônica que precisa ser enfrentada”, afirma.

Segundo Löw, o objetivo é criar um “cinturão” de proteção à floresta, mas também fomentar alternativas viáveis para a subsistência da população na Amazônia. Para isso, ela cita pontos importantes que devem ser trabalhados na futura região sustentável, como desenvolvimento produtivo, eixo de infraestrutura econômica e urbana, entre outros.

Área com mais de 450 mil km²
A ZDS engloba 32 municípios localizados no sul do Amazonas, leste do Acre e noroeste de Rondônia, cuja área total é de 454.220 km² e com população estimada para 2020 de aproximadamente 1,7 milhão de pessoas. Trata-se de região emblemática, tanto em relação aos desafios ambientais quanto à necessidade de desenvolvimento socioeconômico.

Além de apresentar percentual de 43% dos municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), há o arco do povoamento adensado (consequência de vários fatores, como a forma de ocupação) com pressão sobre o meio ambiente, especialmente sobre a floresta amazônica.

De acordo com a superintendente da Sudam, o enfrentamento de ambas as questões é urgente, sob risco de agravamento de vários problemas. Entre os exemplos estão:

– Aumento de ilícitos ambientais;
– Adensamento populacional sobre a floresta;
– Violações de direitos humanos.
Portanto, com a criação da ZDS, a sustentabilidade ambiental se tornaria o “guarda-chuva” de todas as ações na região. Segundo a Sudam, embaixo deste guarda-chuva estarão dois eixos fundamentais e estratégicos de atuação:

– Desenvolvimento produtivo, que englobaria a bioeconomia, o turismo, o agronegócio e a indústria.
– Infraestrutura econômica e urbana, com relação à logística e transporte, energia e telecomunicações.
Além disso, a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e ações de capacitação serão ferramentas que perpassam todas as ações, servindo de base para aqueles dois eixos de atuação.

Fator humano
Um ponto de destaque trazido pela superintendente da Sudam, Louise Caroline Campos Löw, é que o projeto busca frisar o fator humano da região em questão, sendo a inclusão social um dos principais pilares da iniciativa. “É um projeto voltado para a população que vive aqui, com um olhar de dentro para fora”, disse ao programa Campo & Lavoura.

A afirmação surge ao se referir ao interesse de empresários de âmbito nacional e internacional no projeto. “O setor privado está muito entusiasmado. A gente sabe que, quando se fala em Amazônia, todos os holofotes estão voltados para a nossa região. Então a gente não pode deixar o bonde passar com essa janela de oportunidade”, destaca.

Segundo ela, o projeto de criação à ZDS Abunã-Madeira tem esse objetivo de sustentabilidade ambiental, o que chama atenção de marcas, que só desejariam embarcar numa iniciativa como esta por causa deste fator importantíssimo, principalmente por se tratar da região amazônica.

Para o futuro próximo, um possível decreto de lei para a criação do projeto deverá ser publicado. Enquanto a burocracia é enfrentada pela Sudam nesta empreitada, as visitas da equipe da Sudam passam por diversos locais da futura Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira para divulgar o projeto.

“Para a gente que é amazônida, é claro que a gente quer a floresta em pé, é claro que queremos proteção, mas também precisamos pensar nas pessoas que vivem aqui”, conclui a titular da Sudam.

Diário da Amazônia


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