Sábado, 04 de maio de 2024



Transporte público coletivo vai mesmo ser suspenso em Ji-Paraná

Em função de o assunto referente a uma possível interrupção no transporte público coletivo de Ji-Paraná estar em voga, nossa reportagem decidiu procurar a Cooperativa Cidade de Ji-Paraná Transporte Coletivo (Coopemtrans) para saber se o serviço vai mesmo ser suspenso ou não e se vai, quando isto acontecerá?

O representante da empresa, senhor Walter Freitas, afirmou que sim, de fato o transporte público coletivo de Ji-Paraná será suspenso dado o esgarçamento financeiro da empresa em função da queda drástica na arrecadação provocada pela pandemia do novo Coronavirus (Covid-19).
“Trabalhar apenas com o que arrecadamos dos passageiros em geral é impossível, pois os gastos superam em muito essa receita. O que nos mantém em condições de operar, são os recursos advindos dos convênios para vender vales estudantil e vales transporte para serem usados por alunos e também por servidores públicos”, relatou Walter.

Queda na arrecadação

Em 2019 os vales estudantil do convênio para atender os alunos da rede pública garantiram à empresa uma venda de 184 mil vale estudantil. Neste ano, essa receita, em função da inesperada pandemia que levou os alunos a não utilizarem mais os vales, foi de apenas de 41 mil vale estudantil, relativos a fevereiro e parte do mês de março/2020. São comparativas relacionadas aos dez primeiros meses dos anos em questão.
Com relação ao convênio para fornecimento de vales transporte para os servidores públicos municipal, Walter nos explicou que a queda também foi de cerca de 70%.
“Em 2019, esse convênio nos deu uma receita sobre 178 mil vales transporte, e neste ano, a receita foi de apenas 99 mil vales transporte utilizado pelos servidores públicos”, explicou.

Déficit insuportável

A empresa, desde o mês de abril vem rodando com esse déficit orçamentário, segundo Walter, e que agora chegou à condição de não conseguir mais trabalhar.
“Já fizemos um comunicado à prefeitura de que no próximo dia 30 deste mês de novembro, a partir das 20h, lamentavelmente suspenderemos nossas atividades”, afirmou Walter.

Realidade nacional

No começo do ano, quando veio a Pandemia, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (ANTU), previu que se os municípios não conseguissem manter os pagamentos dos convênios, cerca de 50% das empresas de transporte público iriam à falência, pois a receita que advém do transporte do público comum não cobre os gastos e não dá lucro.

Agravante

Para que as empresas possam se manter sem esses convênios, o custo do vale transporte teria que subir bem mais que 100%, e isto não é conveniente ao trabalhador de classes menos favorecida que não tem condições que arcar com um custo tão alto.
“Há outra situação que agrava ainda mais nosso problema: tirando os recursos que entram via convênios, tanto para fornecer vales a alunos quanto a servidores, cerca de 40% dos passageiros que transportamos estão no grupo de isentos, pois são idosos ou em outra situação jurídica que os beneficia com a gratuidade, logo, das pessoas que andam com a gente, só uma parcela mínima é que paga pela viagem”, pontuou Walter.

 

 

Por Fernando Pereira DIÁRIO DA AMAZÔNIA

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