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Quinta-feira, 28 de março de 2024




Um país de contrastes – Por Acir Gurgacz

O Brasil é mesmo um país de contrastes. Ao mesmo tempo em que se consolida como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, com uma produção agropecuária estimada em R$ 1 trilhão para este ano, acompanhamos, par e passo, o aumento da insegurança alimentar – sendo que a fome já atinge 20 milhões de brasileiros, e pelo menos outros 120 milhões convivem com algum grau de insegurança alimentar.

Esses dados revelam que a fome volta a crescer e também servem como indicadores de que economia do país não está boa para o seu povo. Mostram também que as medidas do governo para diminuir os impactos sociais da pandemia não estão sendo suficientes para sanar a insegurança alimentar.

Esse é um problema histórico do Brasil, é verdade, mas a atual política econômica e a pandemia estão agravando ainda mais este problema, aumentando as dificuldades das famílias, a fome e a pobreza.

Neste cenário de crise sanitária, econômica e social, a inflação de produtos básicos da alimentação tem obrigado as pessoas mais vulneráveis a mudar radicalmente os costumes e estabelecer um padrão de vida muito inferior aos níveis aceitáveis.

Entre os mais pobres, o arroz com feijão puro passou a ser a única forma de matar a fome durante a semana. A carne bovina e demais proteínas animais vivaram iguarias na mesa dos brasileiros mais pobres.

Essa é a realidade. Esse é o nosso Brasil: um país que tem uma agricultura de ponta e está entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo; mas, infelizmente, um país que ainda tem metade de sua população sofrendo com a insegurança alimentar.

Faço esse preâmbulo da realidade brasileira para dizer que o governo federal precisa investir mais na segurança alimentar, em infraestrutura e no setor produtivo para fazer a roda da economia girar.

De nada adianta ampliarmos a produção agrícola se o povo não tem condições de comprar os produtos da cesta básica – se não conseguimos colocar comida na mesa dos brasileiros.

Não adianta ter produção se o governo não tem políticas para aquisição de alimentos, armazenagem e merenda escolar, visando a segurança alimentar.

De nada adianta ampliarmos a produção se não conseguimos lucrar com as exportações, por conta da precariedade da logística, das rodovias, dos portos e ferrovias.

As duas coisas são importantes: colocar comida na mesa dos brasileiros e ampliar a produção e exportação dos produtos agropecuários e da agroindústria.

Só vamos conseguir acabar com a fome e ao mesmo tempo ampliar as exportações se investirmos pesado em infraestrutura e no setor produtivo, com apoio necessário a todos os setores produtivos, para que elas possam manter suas atividades, gerando emprego e renda para milhões de brasileiros.

Senador Acir Gurgacz (PDT-RO)


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