Rondônia é parte de uma das regiões mais ricas do mundo, a Amazônia. Em nosso Estado não faltam riquezas, nem recursos, nem gente criativa, feliz e explorada moral e socialmente. Porém podemos constatar que um estado da Federação tão farto em vários aspectos há carência em muitos outros setores: Falta Justiça, faltam políticos de caráter, falta Educação de qualidade, falta saúde que não falte, enfim.
A nossa legislação é um emaranhado de textos de emendas, uma colcha de retalhos, produzida pra proteger corruptos. Não é difícil imaginar como isso reflete socialmente. Nos últimos 30 anos, quantas crianças foram privadas de sonhar com um futuro melhor, porque o dinheiro público destinado à educação foi mal utilizado em programas descontextualizados social e pedagogicamente, ou pior, teve destinação diversa da formação de crianças e adolescentes como esportes e cultura e acabou indo para o bolso de grupos de políticos escroques como muitos que temos hoje ocupando cargos públicos… Portanto a corrupção é, em última consequência, um atentado contra o mais fundamental dos direitos humanos – o direito à vida.
Será que conseguimos agora rever a nossa História e alcançar quem mandou e manda em Rondônia? E que continua pós-graduando seus herdeiros no caminho da corrupção, que desviam fortunas hoje/agora às custas de leite e pão da Merenda Escolar, Saúde, Educação. Será?
Para fechar o ralo da corrupção o primeiro passo é conscientizar a população é a sociedade a mãe de tudo isso, como? Quando um fulano em ano eleitoral aceita R$ 50 por seu voto ele é o primeiro momento do ato de corromper, pois a compra de voto é sim um crime eleitoral tanto que quem paga quanto para quem é pago, e a idéia de que “devo tirar desse ladrão pelo menos isso, já que depois ele vai roubar por quatro anos” é no mínimo egoísta e pouco politizada, pra não dizer imbecil. O tal cicrano comprador de votos ficará um mandato inteiro roubando para se recompor do prejuízo eleitoral e ainda ter muito lucro.
A grade curricular das escolas vem mudando a cada dia, não porque centros de ensino públicos estejam melhorando, pelo contrário, matérias que ajudavam as crianças a formar um consciência política e civil foram excluídas do currículo escolar. Não é do interesse dos que hoje estão no poder, eleições onde pessoas políticas farão questionamentos sobre moralidade no serviço público, sobre boa conduta no trado com as coisas pertencentes a sociedade, no respeito aos preceitos constitucionais e em menos ainda que exijam reformas que acabaram, em via de regra, levando imensos grupos políticos, quadrilheiros, para a cadeia sem direito a fiança, liberdade condicional ou cela especial. Vão para o lugar de direito deles, a vala comum.
Elinário Paiva é contabilista e Diretor Financeiro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
