Desde o início da pandemia de Covid-19, Cláudio Brasileiro, que está desempregado, mora na Rodoviária do Plano Piloto, bem no centro de Brasília. Ele perdeu o emprego e não tem dinheiro para se manter. “Eu moro na rua, não tenho casa física, não tenho emprego, não tenho serviço. O emprego está difícil pra todo mundo”, lamenta.
Junto dele, outros milhões de brasileiros passam pela mesma situação. Um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas aponta que a pobreza aumentou no país desde que a pandemia chegou ao Brasil.
De acordo com a pesquisa, houve aumento da pobreza em 24 estados brasileiros, com destaques negativos para as regiões Nordeste e Sudeste. Somente em São Paulo a parcela da população pobre subiu de 13,8%, em 2019, para 19,7%.
O economista César Bergo aponta que a crise econômica vem desde 2014, mas que a pandemia piorou este cenário. “O país chegou a ser a 7ª maior economia do mundo, hoje é a 12ª. Houve, de fato, esse empobrecimento, mas a pandemia agravou essa situação”, analisa.
A pesquisa ainda revela que o mercado de trabalho foi afetado em função da crise sanitária. Por isso, muitos brasileiros caíram na informalidade.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que quase 35 milhões de brasileiros se arriscam em empregos informais. Eles estão nas ruas vendendo objetos ou lavando carros. A tendência, de acordo com os especialistas, é que esta situação se agrave. “Com isolamento social, com distanciamento, com a paralisação de várias atividades, agravou o cenário, o desemprego aumentou, caiu a renda”, aponta Bergo.
A autônoma Antônia Gonçalves está há dois anos desempregada. O jeito foi vender roupas na rua. Ela sabe que a atividade é ilegal, mas afirma que é o único jeito de sobreviver. “Arriscar vendendo mercadoria e correndo de fiscal, senão vai passar necessidade, ficar com contas de água e luz atrasadas e não sobreviver dignamente”, lamenta.
Fonte: Rede de Notícias Regional /Brasília
Foto: Marcello Casal/ABr
