Sexta-feira, 17 de maio de 2024



Tributos assustam os porto-velhenses

Na data em que é comemorada o Dia da Liberdade de Impostos (DLI), a quantidade de impostos, taxas e tributos pagos para o governo assustou os moradores da Capital rondoniense, que tiveram a oportunidade de saber o valor real de cada produto.
No posto de gasolina que vendeu mil litros de gasolina sem imposto, uma fila de carros se formou na manhã de ontem em questão de poucos minutos. O proprietário vendeu apenas 10 litros para os 100 primeiros clientes que chegaram ao local das 10h às 12h. O preço chamava atenção de todos que passavam, R$ 1,48, sendo que diariamente os condutores pagam 57% de carga tributária o que eleva o preço da gasolina para R$ 3,15 em média.

O técnico de informática Alessandro Souza conta que quando ficou sabendo que um posto de gasolina estaria vendendo gasolina sem imposto não conseguiu acreditar. “Achei que era mentira, e na hora eu nem dei importância, afinal de contas quem poderia acreditar que algum dia conseguiríamos comprar algo sem qualquer carga tributária. Depois eu recebi uma mensagem confirmando a informação e na mesma hora fui ao posto, só que quando eu cheguei lá já tinha esgotado. Mas, achei válida a campanha e a iniciativa”.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o contribuinte brasileiro paga atualmente 63 tributos que incidem tanto sobre a renda, como o Imposto de Renda, a contribuição previdenciária, quanto impostos embutidos nos preços de produtos e serviços, como o ICMS e o IPI, além da tributação do patrimônio (IPTU e IPVA), e taxas como limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e iluminação pública.

Pior retorno dos valores arrecadados

Segundo dados da Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a cachaça lidera a lista dos campeões de impostos, com um percentual de 81,87%. Na sequência, está o casaco de pele (81,86%), a vodca (81,52%), o cigarro (80,42%), o perfume importado (78,43%), a caipirinha (76,66%), o console Playstation (72,18%), arma de fogo (71,58%), os jogos de vídeogame (71,18%) e a maquiagem (69,04%).
Segundo um estudo realizado pelo IBPT, entre os 30 países com a maior carga tributária (arrecadação em relação ao PIB), o Brasil continua sendo o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados com impostos em prol do bem-estar da sociedade.

A lista foi feita com base na carga tributária de 2012, quando a arrecadação brasileira foi de R$ R$ 1,597 trilhão, 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 4,4 trilhões, diz o estudo. De acordo com a pesquisa, os Estados Unidos, Austrália, Coréia do Sul e Irlanda são os países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, em termos de melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. A Bélgica é um destaque e e subiu do 25º para o 8º lugar em relação ao ano anterior, diz o IBPT. O Brasil fica atrás de países da América do Sul, como Uruguai (13º) e Argentina (24º).

Verdadeiro valor dos produtos

Na exposição organizada pela a Associação dos Jovens Empresários de Rondônia (AJE-RO) que acontece no shopping da Capital, os produtos mais tributados e o peso de cada imposto, taxas e contribuições foram mostrados aos clientes. Durante a ação, uma tela com o impostômetro mostrava em tempo real o valor pago de tributos de primeiro de janeiro até o dia de ontem, que já está na casa dos R$ 65 bilhões. Com esse valor daria para contratar mais de 49.411.319 professores do Ensino Fundamental por ano, comprar mais de 8.188.184 ambulâncias equipadas, fornecer mais de 4.708.213.769 bolsas família, construir mais de 18.832.930 casas populares de 40 metros quadrados, pagar mais de 972.203.044 salários mínimos, comprar mais de 329.577.285 TVs de Led, construir mais de 13.732.408 postos policiais equipados, fornecer cestas básicas para toda a população brasileira por 11 meses entre muitas outras aquisições.

O valor da carga tributária que incide no vídeo game deixou o agente de aeroporto Israel Castro completamente assustado. “Eu não reclamaria tanto em pagar impostos altos se tivéssemos um retorno gratificante dos mesmos. Só que ao passar dos anos esses tributos só estão aumentando e os brasileiros ficando sem nada. É um absurdo pagar mais de 70% de imposto em um único videogame. Somos conhecidos como o país que vende o PlayStation 4 mais caro do mundo como”, desabafa.

Laila Moraes – Repórter do Diário da Amazônia – Foto: Jota Gomes


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