Domingo, 05 de maio de 2024



Mãe diz que filho autista foi convidado a se retirar de escola

“A Semed [Secretaria Municipal de Educação] se programou para a volta às aulas, fez toda uma divulgação, mas esqueceu de avisar que era só para as crianças neurotípicas, não para as atípicas, com necessidades especiais e deficientes”, desabafa Líbia Ferrari, mãe do Lorenzo Miguel, autista que foi convidado a se retirar da sala de aula.

O ano letivo na rede municipal de 2022, em Porto Velho, foi retomado oficialmente na quarta-feira (9), mas não para todas as crianças. Lorenzo Miguel, tem autismo e foi convidado a se retirar da sala de aula porque não tinha um professor auxiliar que pudesse cuidar dele.

“Muita gente voltou para trás hoje com os filhos porque não tinha professores auxiliares nas escolas municipais. É uma coisa que tá se repetindo. Nossos filhos não têm direito à educação?”, questiona Líbia Ferrari.

Líbia conta que não deram nenhuma previsão de quando a situação irá se normalizar, causando o distanciamento do filho da sala de aula.

Em nota, a Semed informou que questionou a escola onde Lorenzo estuda para saber se houve alguma falta de comunicação da direção com a família e acionou uma equipe de educação especial para orientar os profissionais da escola a não praticar situações como a relatada pela mãe.

A secretaria também prometeu que ainda nesta quinta-feira (10) o atendimento para crianças do Transtorno de Espectro Autista (TEA) seria regularizado nas escolas municipais.

A história se repete
Em agosto de 2021, uma mãe gravou um vídeo, enquanto chorava ela contou que o filho com autismo também foi convidado a se retirar da sala de aula de uma escola filantrópica por falta de cuidador.

O desabafo de uma mãe ganhou repercussão nacional quando ela publicou um vídeo nas redes sociais.

“Esse é o Brasil que a gente vive, a igualdade que todo mundo prega é só no papel, na vida real é a mãe que tem filho especial sofre, sofre desse jeito, infelizmente é assim”, disse.

O caso chamou a atenção do apresentador Marcos Mion, que também possui um filho com TEA que deu nome à lei que assegura atendimento de portadores aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

Durante uma live do apresentador Marcos Mion, o estudante com autismo Gustavo Berillo, de 9 anos, ganhou uma vaga para estudar na escola da rede municipal de Porto Velho.

DIÁRIO DA AMAZÔNIA


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