Domingo, 28 de abril de 2024



Mensagem aos advogados rondonienses

Essa semana, de forma superficial, li algumas publicações contra e a favor sobre as ações da atual diretoria da OAB/RO. Francamente, não tive interesse de me aprofundar nos debates, mas acredito que os pontos de vista expostos são relacionados à inserção mais acentuada de comissões instituídas pela direção da ordem para se colocarem à disposição dos causídicos inscritos junto à instituição. Os casos, ao que parece, estão mais focados àqueles que atuam na área criminal, no tocante à violação de prerrogativa do profissional de direito. Mas antes de entrar no mérito, gostaria de fazer uma observação: a imagem do presidente da OAB/RO, no site da entidade, é muito triste, como se ele estivesse no final de um mandato que mal começou. É o retrato de todos os advogados, literalmente, pois quem está na linha de frente, que se coloca à disposição de ajudar, colaborar e incentivar os colegas de todo o Estado de Rondônia a não desistirem da profissão, têm essa aparência de cansado, estressado e com vontade de “chutar o balde”. Minha visão é essa. A OAB/RO deve ter quase doze mil advogados que se inscreveram na entidade, uns para trabalhar, outros não, mas todos são profissionais da advocacia, a profissão mais difícil a ser exercida, com perdão da palavra no tocante às outras atividades que também trilham nesse mesmo raciocínio, que, para mim, é lógico, insofismável e realístico. Sobre o mérito a respeito da concórdia e da discórdia, no que se refere ao modo como vem conduzindo a OAB/RO, o qual reservo não citar nomes, uma vez que a ordem é toda a classe e não apenas a diretoria que conduz suas atribuições, planeja suas ações, age direta e indiretamente em favor, primeiramente, do advogado que faz parte da instituição, mas, sobretudo, à sociedade rondoniense. A conjunta atual é adversa a todos os advogados, pois não se tinha noção o tamanho do estrago que a Covid-19 iria trazer aos militantes do direito. Já faz cinco meses em processo de pandemia, um verdadeiro atraso em termos de dar sequência no dia a dia de um advogado no seu escritório, a espera do cliente, que sempre foi a maior preocupação do constituído. Se antes do período de coronovirus era muito complicado sobreviver dessa profissão, imagine agora, onde se materializou uma desorganizacão geral na atividade de todo o cidadão. Ninguém contava com esse “furação” que persiste em continuar fazendo estrago em todos os segmentos sociais, notadamente no bolso do brasileiro. O país atravessa um momento delicado, o que exige de cada um de nós redobrado esforço de não deixar a “peteca cair”. Houve mudança de governo e também a forma de executar programas institucionais. Antes, o tipo de colocar em prática políticas públicas mais voltadas à ideologia chamada de progressista, porém agora a maneira de implementar projetos governamentais, é mais voltada ao campo oposto, ou seja, de visão antagônica à esquerda, uma clara dicotomia de como encarar a crise, estabelecida, mas que não é nem de direita e nem de esquerda. Nesse contexto, obviamente, está inserido todo o grupo de nata societária e todos com o pensamento distante de como conseguir chegar ao momento do “pulo do gato”. É no momento de pior crise que se conhece os verdadeiros combatentes. Desistir nunca e nem se deve distanciar daqueles que enchergam um futuro melhor, sem totalitarismo, intolerância e radicalismo. Paciência é pouco que se exige de quem está crente de que tudo passa, parafraseando Francisco Chavier, o mestre que nos ensinou a saber conviver com tempo obscuro, nebuloso e sombrio. Por fim, faço um convite a você que é advogado, exercendo ou não a profissão: antes de postar alguma mensagem ou comentário nas redes sociais e também junto à imprensa falada, escrita e televisada, tipo “A OAB morreu” e a “OAB não morreu”, pense que sua crítica é direcionada para você mesmo, uma vez que a sua presença na ordem como inscrito e filiado, é, também, responsável pelo seu engajamento junto à classe e sem sua presença, a entidade não vai morrer e nem deixar de morrer, vez que entidade classista forte como a ordem não parece, mas suas ideias preconceituosas e raivosas têm destino certo: o isolamento.

 

Por: Ronan Almeida de Araújo.


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